Roxane: Foi apenas um acidente senhor. Eu não poderia tentar suicídio pela morte de minha mãe sem saber que ela havia morrido.
Régis: Não. Você não poderia.
Renato percebeu uma pequena esfera na ferida e tirou-a antes de outras cinco. Espantado olhou para Roxane e Régis, que se aproximou mais.
Renato: O que é isto que colocou na ferida?
Roxane: Eu não coloquei nada.
Renato: Pode comprometer seriamente o tratamento e a recuperação de sua mão. Pode perdê-la!
Roxane: Eu não fiz isto, preciso de minha mão para trabalhar!
Régis: Não Roxane, isto não está certo. Você está mentindo para si mesma. Cortou-se ontem à tarde, tentando sofrer mais com a morte de sua mãe.
Roxane: Mas estou sofrendo e muito. Não sou capaz de parar de pensar.
Régis: Então está tentando estar junto dela.
Roxane: Não! Não é verdade.
Régis: Não se preocupe, cuidaremos de você, está bem? Não queremos que se machuque novamente.
Roxane: Eu não tentei me matar, não é verdade! Sou uma gota de rio.
Renato: Pedirei à enfermeira que traga material para um novo curativo.
Roxane: Não quero que me costure de novo. Voltará a doer, como nesta noite.
Renato: Calma Roxane. Eu farei com que sua mão fique melhor o quanto antes, apenas isto. Não precisa se preocupar, como o doutor Régis disse, nós cuidaremos de você.
Roxane: Não quero que cuidem, não acreditam em mim.
Roxane viu a seringa que era preparada por Elena e levantou-se da cama sob os protestos dos dois médicos. Outros dois enfermeiros vinham em sua direção para segurá-la.