Ottus subiu pelo elevador percebendo que a porta do quarto de Tales se fechava, mas não escutou ninguém e seguiu para o quarto de Bernardo.
- Que bom que chegou Ottus! – Roxane.
- Algum problema? – Ottus.
- Não. O apetite de Bernardo voltou.
- Isso é bom, por que eu trouxe bastante para vocês dois.
- O que trouxe Ottus? – Bernardo.
- Sanduíches de patê de fígado.
- Eu não gosto de fígado.
- Ora, eu pensei que...
- Ele é um garoto Ottus! Claro que não gosta de fígado. – Roxane.
- Sempre gostei de fígado. Quer sanduíches de que?
- Cascas de ovos. – Bernardo.
- Está bem. Eu não demoro.
Ottus desceu com a bandeja.
- Enquanto esperamos você toma um banho. – Roxane.
- Eu não quero tomar banho. – Bernardo.
- Mas tem que tomar, para tirar o suor.
- Mas eu não enxergo!
- Está bem, eu lhe dou banho fora do chuveiro.
- Ei! Não pode me ver sem roupa.
- Lavarei os seus braços, pernas, pescoço e peito. Apenas isto.
- Está bem, mas pegue água bem quente.
14h41min QUINTA 22 de Agosto.
- Sargento, veja se está bom agora. – Aline.
- Saia de perto para que eu as ligue. – Angelo.
- Sim senhor, Sargento!
Aline foi para cima da aeronave e as turbinas zumbiram com as chamas que brilhavam. Aumentaram o calor e o reduziram antes de serem desativadas.
- Estão boas! Agora tenha cuidado para descer. As turbinas ainda estão quentes. – Angelo.
Um grito chamou a sua atenção e ele subiu até Aline. Toda a pele da palma direita dela estava em carne viva após a grave queimadura. Angelo desceu com cuidado.
- Isso é grave. Levá-la-ei para Io-lan. – Angelo.
- Está doendo muito. – Aline.
- Vamos.
Angelo a levou pelo pulso como se Aline não quisesse acompanhá-lo. Io-lan saia da enfermaria quando os viu se aproximando.
- Io-lan, Aline se feriu. – Angelo.
- Todos, todos de uma só vez! A madame Rosa deveria proibir todas as atividades. – Io-lan.
- Aline queimou-se em uma das turbinas do Escaravelho.
- Entre, vou cuidar disto.