06h45min SEXTA 22 de Agosto.
Valério desceu para o café da manhã, mas não tinha muito apetite. Logo os alunos sairiam para a escola.
- Algum problema com Carlos? – Raíssa.
- Não é nada Raíssa. Você viu Tiago? – Valério.
- Não o vi hoje, mas ele pode estar lá fora.
- Espero que sim.
Valério saiu, passando por Tiago sem notá-lo invisível na porta. Tiago sentou-se à mesa e ficou visível para lanchar.
- Valério estava te procurando. – Raíssa.
- Já falamos tudo o que tínhamos a dizer. – Tiago.
- Vocês brigaram? Foi você que o machucou?
- Isso não é da sua conta.
- Tenha certeza de que é sim. Valério me disse que caiu no banheiro e por isso se machucou.
- Então acredite nele.
- Não tem o direito de ferir Valério.
- Sinceramente Raíssa, eu não estou nem aí para o que você pensa ou não. Apenas eu sei o que estou passando e o idiota do Valério não existe para mim.
- Não fale dele deste modo!
Raíssa ficou de pé e Tiago também se levantou.
- Quer defender aquele otário no braço? Se quiser diga a Io-lan para preparar tudo para a sua chegada! – Tiago.
- Valério é um homem melhor que você Tiago! Qualquer um aqui é! Raíssa.
Invisível Tiago lançou uma bandeja sobre ela.
- Você está morto! – Raíssa.
- Parem com isso! Você também Tiago! – Valério.
- Tiago tornou-se visível e levantou uma xícara para lançá-la sobre a garota. Com mais agilidade Corisco o acertou com um raio que o derrubou e fez com que batesse a cabeça. Valério aproximou-se de Tiago zonzo pela eletricidade.
- Quer brigar comigo, ótimo. Venha quando quiser. Quer a cabeça do teu irmão, pode ir buscar. Mas ameace Raíssa de novo e não serei tão caridoso com apenas cento e vinte volts. – Valério.
13h30min SEXTA 23 de Agosto.
Como se algo perturbasse o quarto Aline se agitou no início da tarde. Carlos estava desperto, porém sob o efeito de sedativos não pode reagir. A febre da garota subia, trazendo delírios com ela. Sonhando com Taumbro que a ameaçava.
Bin-Bin não pôde conte-la quando, ao sonhar, Aline saía da enfermaria e agredia estudantes e professores como se eles fossem o seu inimigo. Com suas palavras objetos voavam sobre eles ou os impediam de procurar por abrigo.
Tales, com ajuda de Elisa conseguiu descê-la de onde voava. Esgotada Aline adormeceu sendo levada imediatamente de volta à enfermaria. Carlos.
18h54min SEXTA 23 de Agosto.
Lágrimas corriam dos olhos de Aline antes de acordar. Olhou Carlos e percebeu onde estava. Vendo um vulto esguio o chamou.
- Io-lan. – Aline.
O médico aproximou-se dela.
- Você está bem? – Io-lan.
- O que estou fazendo aqui? – Aline.
- Foi ferida, perdeu muito sangue.
- Amarram os seus feridos?
- Você é sonâmbula.
- Não, não sou.
- Você é Aline. Atacou todos.
- Não sou sonâmbulo Io-lan.
- Talvez não saiba.
- Eu não sonho Io-lan. Não posso ter pesadelos e nem ser sonâmbula. Apenas... Droga, eu tenho que sair daqui. Desamarre os meus braços.
- Não pode sair daqui Aline. Ainda temos que avaliar o seu estado. Se não se acalmar eu serei forçado a lhe dar um tranqüilizante.
- Cale a boca e me solte ou será a tua morte!
Io-lan se aproximou da cama e soltou o pulso esquerdo de Aline. A porta se abria e Bin-Bin entrou com uma prancheta.
- O que está fazendo? – Bin-Bin.
- Não posso me controlar, a impeça Bin-Bin. – Io-lan.
- Parada aí até eu sair! – Aline.
- Eu não posso, não consigo me mover! – Bin-Bin.
- Aline, por favor, compreenda. – Io-lan.
- Entenda você! - Aline.