12h25min QUARTA 21 de Agosto.
A oportunidade veio minutos, depois com Io-lan que entrava para cuidar de Carlos no lugar de Bin-Bin. Usou os passos do médico para não ser notado por ele e entrou no quarto, cercado por cortinas de algodão, de Carlos.
Imóvel Carlos respirava com a ajuda de equipamentos e o monitor revelava o coração que batia descompassado. Tiago saiu do caminho para que Io-lan trocasse o soro que alimentava Carlos.
Io-lan trocou o curativo no peito de Carlos e percebeu que ele respirava com mais força e movia a boca.
- Carlos, está acordado? – Io-lan.
Carlos continuava movendo os lábios.
- Rapaz, calma. Tenha calma e conseguirá dizer o que quer. – Io-lan.
Ele abriu os olhos olhando para frente, onde estava Tiago, como se pudesse ver o irmão. Falou sussurrando.
- Tiago. – Carlos.
- O seu irmão está bem. Nada sofreu. – Io-lan.
- Tiago.
- Pedirei a alguém que o traga.
- Não é preciso Io-lan. – Tiago.
- Não deveria estar aqui Tiago.
- Precisava ver o meu irmão. Ele ficará bem?
- Sim. As pernas começam a se recuperar sozinhas.
- Deu alguma medicação a Valério para que me desse?
- Não, por quê?
- Por nada. Tem certeza de que Carlos ficará bem?
- Em poucos dias poderão conversar. Agora ele está fraco demais e você não pode ficar aqui. Pode prejudicá-lo.
- Está bem.
- Por favor, Tiago, não torne a fazer isto. Pode comprometer a saúde de Carlos.
14h50min QUARTA 21 de Agosto.
- Você está bem Roxane? Eu posso te contar uma história depois que lancharmos. – Bernardo.
- Sinto muito Bernardo. Eu não estou com muita vontade de fazer alguma coisa hoje. – Roxane.
- Você precisa sair. Fará bem. – Ottus.
- Por favor, Roxane, vamos brincar de frisbee no pátio. – Bernardo.
- Podem ir sem mim. – Roxane.
- Você não pode ficar triste para sempre Roxane. A minha mãe ficou tão triste que adoeceu da cabeça, ela se matou porque eu também sou cachorro. Você está triste por que eu sou cachorro e menino?
- Não! Eu estou muito feliz por você ser meu amigo. Você sempre me deixará alegre.
- Verdade?
- Sim. Eu vou descer com vocês, então eu olho Ottus e você jogarem frisbee.
- Legal! Eu vou chamar Catarina pra brincar com a gente!
Cão desceu correndo e depois de lancharem saíram para brincar antes do por do sol. Roan e Joan juntaram-se à brincadeira.
- Como podem ser gêmeos? Parecem tão diferentes. – Roxane.
- Eles não têm nenhuma atividade, apenas nasceram assim. Roan nasceu aparentando seis meses e Joan com aparência de um ano. Agora é assim. Os dois estão com dezoito anos, mas Roan parece ter apenas quinze e Joan já trinta. – Ottus.
- Joga o disco Roan! – Joan.
- Eu pego, eu pego! – Bernardo.
Cão latia ao correr, esbarrando em Catarina ao aparecer do ar. Os óculos da menina caíram.
- Droga! – Ottus.
- O que foi? – Roxane.
- Fecha os olhos e vira o rosto! Rápido!
- Por quê?
- Ai! – Bernardo.
- Fique aqui e coloque isto Roxane! Feche os olhos! – Ottus.
- O que está acontecendo?
- Fique aí!
- Sim mestre.
Ottus caminhou na direção de Catarina caída de joelhos no gramado e se abaixou entre Cão e os gêmeos.
- Catarina, deite-se de bruços e olhe para o chão. – Ottus.
- Sim mestre. – Catarina.
- Agora feche os olhos.
- Sim mestre.
Com tudo mais escuro novamente Ottus se virou para os gêmeos.
- Vocês estão bem? – Ottus.
- Eu não consigo ver! – Joan.
- Tenha calma. Eu buscarei ajuda.
- O que aconteceu? – Aurélio.
- Fique com eles. Buscarei por ajuda.
- Está bem.
Ottus correu para o casarão procurando por Vitor e Angelo.
- O que aconteceu? – Vitor.
- Catarina perdeu os óculos. Três alunos foram atingidos. – Ottus.
- Vamos. – Angelo.
Encontraram os alunos deitados, mas inquietos. Ottus levou Catarina para o quarto controlando-a e a deixou adormecida.
- Bernardo! Bernardo, acorde! – Roxane.
- Tenho que levá-lo para dentro. – Angelo.
- Bernardo, eu cuidarei de você.
- Roxane, me ajude com Roan. – Vitor.
- Minha cabeça está doendo. – Joan.
- Estou enjoado. – Roan.
- Vocês ficarão bem. – Vitor.
- Não enxergo nada!
- Venha nos ajudar Aline. – Angelo.
- Esqueça. - Aline.