terça-feira, 19 de janeiro de 2010

42

Após o jantar os alunos subiam cedo para os seus quartos. Rosa pediu a Vitor que no dia seguinte cortasse os arbustos e plantasse outro que não atraísse insetos e outras parasitas.


09h00min TERÇA 20 de Agosto.

Aline olhou o teto e ao redor ao despertar acostumando-se à claridade.
- Bom dia. – Carlos.
Ela sentou-se e examinou a perna.
- Bela mordida. Soube que é alérgica.
Aline voltou a olhar ao redor como se não o notasse e viu a janela.
- Soube que é perita em fugas pela janela e que não gosta de falar. Isso é bom pra nós dois que conviveremos um pouco juntos. Eu adoro falar. – Carlos.
Aline arrancou o soro ligado ao seu braço e ficou de pé.
- Espere, não faz isso! Tem que receber alta! – Carlos.
- Ninguém precisa de alta e não tenho por que confiar em você. – Aline.
- Sou seu professor.
- Não sou a tua irmã para confiar em você. Sou Aline e não confio.
Ela abriu a grade da janela e saiu. Tiago entrou.
- Tiago, avise Bin-Bin que Aline saiu pela janela. – Carlos.
- Vim vê-la. Fico feliz que ela esteja bem. – Tiago.
- Ela pode não estar.
- Está sim.
Tiago voltou à porta.
- Espere. – Carlos.
- O que quer? – Tiago.
- Não veio me ver ontem. Fiquei preocupado.
Tiago ficou em silêncio.
- Qual o problema com você? – Carlos.
- Pode ver minha aura? – Tiago.
- Aura? Não que eu saiba, eu não acredito nessas coisas.
- Aline a vê quando estou invisível. Somos mesmo irmãos?
- Que conversa é essa? Claro que somos! O que mais aquela garota te disse?
- Ela não disse nada, eu deduzi. Todos os irmãos metamorfóseos têm atividades semelhantes, como os irmãos Ximenes.
- Eles são gêmeos, nós temos seis anos de diferença. Eu não posso te ver e isto é um fato. O que você percebe quando está comigo?
- Eu não sei. Acho que nada em especial.
- Talvez este “nada de especial” seja nosso pai. Eu percebo em você a nossa mãe, nada mais. Eu não sei explicar.
- Nossa mãe, Tereza. Irei à cidade hoje.
- Fazer o que?
- Pesquisar jornais antigos.
- Eu lhe conto tudo o que quiser saber. Apenas espere que eu melhore.
- Esperar? Espero uma chance há nove anos. Agora eu tenho o que procurar. Tereza Otávio.
- Há uma mudança de planos, Tiago. Para a sua segurança Valério vai te levar pra casa se eu não estiver em condições.
- Por que a pressa?
- Eu lhe direi quando puder. Pesquise a vontade fora do estado, espere apenas dois dias. Pra quem esperou tanto tempo não é muito que te peço. Em menos se uma semana eu vou te visitar e vamos falar juntos pra tia Ana o que somos.
- Isso é loucura depois de tanto tempo.
- Nós contamos.

BlogBlogs - Buttons

BlogBlogs