sábado, 27 de novembro de 2010

61

21h10min SEXTA 23 de Agosto.

As janelas daquele andar eram todas gradeadas, por isso ela desceu de pijama hospitalar correndo pelas escadas e encontrou os gêmeos.
- Está melhor Aline? – Roan.
- Não! – Aline.
Após bater a porta do seu quarto, Aline foi à janela e jogou as malas ainda arrumadas e saltou. Algo prendia seu pé.
- Está dormindo novamente ou delira? – Angelus.
- Realmente preciso ir embora. Agora me solte. – Aline.
- Há portas no casarão.
- Agradeço a informação. Agora me solte, eu não quero lhe machucar. Tenho que sair daqui.
- Eu não lhe soltarei Aline.
Ela arranhou o rosto de Angelus e o corte congelou-se antes de derreter e mostrar que não havia marca alguma do ferimento.
- Agora vamos entrar. – Angelus.
- Agradeço por tudo o que fizeram por mim Angelus, até a ferida que me deixou na ala hospitalar até agora. Mas eu não tenho tempo para explicar, eu preciso ir embora!
- Seu agradecimento é manifestado de forma incomum.
- Estou perdendo tempo!
- A polícia irá atrás de você.
Sentindo tonta por estar de cabeça para baixo, Aline foi atingida por uma vertigem.
- O que você tem? – Angelus.
- Solte-me agora, preciso ir embora! – Aline.
Sem poder conter-se Angelus abriu a mão e a soltou. Aline parecia cair bruscamente, mas a poucos metros do chão ficou de pé. Angelus desceu ao lado dela.
- Precisamos conversar. – Angelus.
- Está perdoado por ter me ferido. Sei que foi acidental. – Aline.
Ela caminhou apressada até suas malas e sentiu novamente a vertigem. Sem angelo para segura-la teria caído no chão.
- Precisa de ajuda. Io-lan cuidará de você. – Angelo.
- Estou tendo visões! Tudo o que aconteceu antes será real desta vez! – Aline.
Angelo olhou ao redor e viu que um homem de longos cabelos castanhos caminhava na direção deles.
- Quem é você? – Angelo.
- Então é aqui que está aprisionam a minha doce Pambeli. – Taumbro.
- Pambeli?
- É como me chamam nas ruas. – Aline.
Taumbro parou a alguns metros de onde estava.
- O que veio fazer aqui Taumbro? – Aline.
- Este é o motivo de suas visões? – Angelo.
- Este é o seu novo namorado? Um pombo sem bico? – Taumbro.
- O que faz aqui? – Aline.
- Vim te buscar. Não diga que esqueceu os nossos planos. Temos uma casa agora.
- Parti por que não quero mais continuar Taumbro. Mesmo difícil eu tento viver de outro modo.
- Deste modo pensarei que não gosta mais de mim como antes.
- Sinto muito.
- Não cabe a você a escolha. Eu a quero ao meu lado.
Zangado Taumbro se aproximou voando, mas Angelus se colocou entre eles.
- Não force as coisas com ela. – Angelus.
- Isto é entre Pambeli e eu. – Taumbro.
- Seja mais gentil com ela e ela conversará contigo.
- Conversar não é o que me importa no momento.
- Ela não sairá daqui.
- Você voará e me agradará.
Com as palavras dele Angelus ficou preso sem tocar o chão. Aline deu um passo adiante.
- Angelus nada tem a ver com isto Taumbro. – Aline.
- Estou envolvido contigo Aline. – Angelus.
- Seu namorado é corajoso. Descobriu se estes primitivos têm algo que não fazemos melhor? Ele me superou? – Taumbro.
- Ele não é o meu namorado. Agora o solte! – Aline.
- Está bem.
Com um gesto de mão Taumbro fez com que Angelus começasse a cair por sentir suas asas cansadas demais.
- O lema é sempre devagar para não se machucar. – Aline.
Angelus desceu em segurança e Taumbro segurou o pulso de Aline com força e ela tentou se soltar.
- Antes você não ligava para eles! Não ligava para nada! – Taumbro.
- Eu mudei Taumbro. – Aline.
- Um dia comigo e voltará ao que era. Será a mesma Pambeli de sempre.
- Por que não me deixa em paz?
Angelus distraiu Taumbro permitindo a liberdade de Aline.
- Entre Aline! – Angelus.
- Aline? Imaginei que odiasse este nome. Vamos Pambeli, antes que me aborreça mais. – Taumbro.
- Chega Taumbro! Eu não quero ir contigo! – Aline.
- Você vem comigo!
- O leão deu um urro e entre nós se ergueu um muro!
As palavras de Aline provocaram ondulações constantes na grama, formando uma barreira de terra e raízes.
- Como fez isso? – Angelus.
- Vamos! – Aline.
Taumbro chegou ao topo dos degraus antes deles. Aline desceu a escada correndo e parou.
- Galos saem de gemas, Pambeli será presa com algemas! – Taumbro.
Com as mãos presas repentinamente Aline caiu. Levantou-se com o nariz sangrando. Presa não poderia proferir nada que fizesse efeito e o muro baixou desaparecendo.
- Agora, caro amigo, a Pambeli vem comigo! – Taumbro.
Aline começou a caminhar contra a vontade.
- Terá a autorização após a minha morte. – Angelus.
- Posso providenciar. – Taumbro.
- Não! – Aline.
- Tudo o que desejar meu amor. Ervas crescerão para a tua prisão!
Raízes prenderam os braços e as pernas de Angelus. Mesmo que ele tentasse cortá-las enquanto Taumbro se afastava com Aline.
- Calma Pambeli. Assim que estivermos distante o suficiente ele será solto. Eu compro com minhas promessas. - Taumbro.
- Eu não quero ir contigo Taumbro! – Aline.
- Está louca? Vamos logo.
Aline controlou suas pernas e diminuiu os passos até conseguir parar.
- Não me force a ir.

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