- Ei! Espere! – Tiago.
Aline caminhava sem lhe dar atenção, parou quando Tiago parou na sua frente.
- Diz como conseguiu fazer aquilo, me diga. – Tiago.
- Aquilo o que? – Aline.
- Como sabia que eu estava seguindo Valério?
- Sou uma boa observadora.
- Não. Você tinha certeza de onde eu estava.
Tiago a rodeou invisível e Aline o seguiu com os olhos e parou a mão que se aproximava.
- Você pode me ver! O meu irmão faz isso, mas não me diz como! – Tiago.
- Você disse. Ele é o teu irmão. – Aline.
- Mas não o percebo mesmo que esteja atrás de mim. Diga, eu preciso saber.
- Teria que apostar a tua vista nisso.
- É um preço um pouco alto, mas eu aceito. Vai querer minha córnea doada?
Aline voltou a caminhar sem dizer nada. Nos arbustos viu uma lagarta colorida e se aproximou.
- O que está fazendo? – Tiago.
- Por favor, não faça nenhum movimento brusco. – Aline.
Ela esticou as mãos e apanhou a taturana entre elas.
- Eu sou alérgica a mordidas de lagartas. – Aline.
- Todos nós somos. É a defesa dela. Sempre fica avermelhado ao redor. – Tiago.
- Quer mesmo apostar seus olhos e saber o que eu vejo?
- Sim.
Aline esticou a mão com a lagarta que se esticava a todo o momento.
- Olhe para ela por alguns segundos. – Aline.