quinta-feira, 20 de maio de 2010

49

22h00min TERÇA 20 de Agosto.

Valério desceu à cozinha e preparou uma garrafa de café. Subiu com canecas e a garrafa. No segundo andar encheu uma das canecas com dois terços e bebeu um gole antes de despejar sedativos na garrafa.
- Que bom que eu não sou como vocês. Sedativos não me surtem efeito. – Aline.
- O que faz fora do seu quarto? – Valério.
- Espero notícias da morte de Carlos.
- Estas notícias demoraram a chegar.
- Isto é pra Tiago?
- O garoto precisa descansar. Não conte a ele.
- Por que eu contaria?
- Obrigado.
- Ele brigará com você quando acordar e as chamas consumirão as lonas desta toca de palhaços.
Aline desceu as escadas e Valério ofereceu o café a Tiago. Profundamente adormecido em cinco minutos Valério o deixou na cama e voltou ao terceiro andar.
- Tem notícias? – Rosa.
- Nenhuma novidade. Io-lan e Bin-Bin estão lá dentro há mais de uma hora. – Valério.
- Não disseram nada?
- Bin-Bin veio dar notícias, disse que ele está mal.
- Vá descansar.
- Nem se eu quisesse. Bebi duas canecas de café.
- Quando estiver cansado me avise. Virei ter notícias para Tiago e você.
- Tiago está confuso e arrasado.
- Não compreendo como Carlos pode ter se ferido sem ter sido atacado com brutalidade.
- Acredito em Tiago. Se ele houvesse agredido o irmão não teria porque esconder ou procurar por ajuda. Também não seria por falta de motivo.
- Espero que ele não se envolva em mais problemas.
- Tiago está sob minha proteção Rosa, não importa o que você diga. Não faça nada com ele de que Carlos não gostaria.
- Não era o que eu tinha em minha mente.
Io-lan saiu para dar notícias.
- Onde está Tiago? – Io-lan.
- No quarto. – Valério.
- Como está Carlos? – Rosa.
- Terminamos a cirurgia. Foi por pouco que não o perdemos. Uma das costelas não o perfurou, mas estava próxima ao coração. Ao contrário da outra que perfurou o pulmão. O estado dele ainda é grave.
- E as pernas? Bin-Bin disse que estavam fraturadas em muitos locais. – Valério.
- É cedo para operar as pernas. Pudemos apenas colocá-las na posição mais natural que conseguimos. Cirurgia nelas apenas em um ou dois dias.
- Carlos se recuperará Io-lan?
- Não posso responder com certeza Valério. Ainda é cedo para se ter certeza de seu estado. Bin-Bin o observará por esta noite.
- Obrigado.
Io-lan desceu para o quarto acompanhado por Rosa e Valério sentou-se no confortável banco tentando descansar com uma nova garrafa de café.

domingo, 16 de maio de 2010

48

21h00min TERÇA 20 de Agosto.

O pescoço de Carlos foi imobilizado antes de ser colocado sobre a maca. Quando entraram os alunos ainda estavam na sala de jantar.
- Aqueles que terminaram de jantar podem ir para os seus quartos. – Sandra.
- Como está o professor Carlos? – Bernardo.
- Ainda não sabemos, mas está sendo atendido neste momento por Bin-Bin e Io-lan.
- Vamos. Eu levarei vocês dois para a cama. – Raíssa.
- Pode chamar Roxane? – Bernardo.
- Está descansando. – Ottus.
- Posso levar alguma coisa para ela comer.
- Temos aula amanhã cedo.
- Ela pode estar com fome!
- Eu levo algo para ela Bernardo, não se preocupe. – Luciana.
- Está bem.
Luciana subiu as escadas e bateu à porta de Roxane, mas não escutou resposta. Ottus também chegava ao seu quarto quando a notou.
- Tudo bem Luciana? – Ottus.
- Roxane não atende. Deve estar dormindo. – Luciana.
- Ela não está dormindo.
Ottus bateu e forçou a porta, estava destrancada. Entraram.
- Oi Roxane. Tudo bem? – Luciana.
Roxane não respondeu. Sentada à cama observava as cortinas que tapavam a janela.
- Tudo bem Roxane? – Ottus.
Luciana se sentou ao lado da cama e pegou as mãos de Roxane.
- Ela está um pouco febril. – Ottus.
- Não é melhor avisar Io-lan? – Luciana.
- Não. Io-lan está ocupado com Carlos.
- Eu estou bem. – Roxane.
- Não quer conversar com a gente? O que aconteceu com o seu olho? – Luciana.
- Não foi nada.
- Luciana trouxe o seu jantar. Bernardo está preocupado contigo. – Ottus.
- Obrigada.
- Por que não quer sair? – Luciana.
- Estarei melhor pela manhã.
- Bem. Irei me deitar agora. Tenham uma boa noite.
- Boa noite. – Ottus.


21h30min TERÇA 20 de Agosto.

Valério observava Tiago caminhar de um lado ao outro do corredor por meia hora antes de Bin-Bin sair pela primeira vez.
- Como está Carlos? – Valério.
- Os ferimentos que ele sofreu são graves. Provocados por uma ou mais pessoas. – Bin-Bin.
- Não tinha ninguém com a gente! Eu juro que tentei ajudá-lo! – Tiago.
- Vamos aguardar a recuperação de Carlos. – Valério.
- O que houve com ele?
- As pernas e um pulmão são os mais graves. As pernas por estarem fraturadas em vários pontos e o pulmão por ter sido perfurado por uma das duas costelas quebradas da direita. Daremos início a uma cirurgia agora para conter a hemorragia. Com licença. – Bin-Bin.
- Obrigado. Vamos Tiago, eu o levarei para o seu quarto. – Valério.
- Por que acha que vou conseguir dormir se eu sair daqui? Esperarei o fim da cirurgia. – Tiago.
- Você precisa descansar. Prometo ter notícias de Carlos e se houver novidades eu o acordo.
- Estou sem sono.
- Não dormiu na outra noite. Sei que dorme apenas cinco horas dia sim e outro não.
- Por que tenta mandar em mim?
- Não estou tentando mandar em você, apenas me preocupo.
- Por quê?
- É o irmão do meu melhor amigo, com quem tenho uma espécie de pacto de irmão mais velho.
- Pacto de irmão mais velho?
- Cuido de você quando não der pra ele fazer isso e ele fará o mesmo por Raíssa. É uma preocupação que temos com vocês, por isso não entendem. Coisa de irmão mais velho.
- Raíssa não tem família.
- É como se fossemos a família um dos outro.
- Carlos e você são estranhos, vem perigo em pedaços de algodão dentro da água.
- Talvez haja. Vamos descer pra tomar um café.
- Esperarei por notícias.
- Você que sabe.

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