- Tem razão. De qualquer modo eu não deveria abrir a geladeira de uma casa que não é minha sem autorização.
- Não se preocupe. Ao que me parece você mora aqui.
- Ainda não pude falar com madame Rosa Morena.
- Quer um suco de laranja? A acidez corroe o cálcio.
- Sim, obrigada.
Ottus preparou na hora dois copos após perceber que Roxane não podia mover o braço normalmente.
- Há quanto tempo está aqui? – Roxane.
- Dois meses. – Ottus.
- Os seus pais sabem que você é um metamorfóseo.
- Devem saber, estão mortos.
- Eu sinto muito. Minha mãe morreu há três dias.
- Geralmente os que vivem aqui não têm pais ou então eles são os piores seres que pisaram na terra.
- Meu pai é assim.
- Então sabe de que falo.
- Quem o trouxe?
- A polícia.
- Você cometeu algum crime?
- Não quero falar sobre isto. De qualquer modo esta bastante tarde e me parece que precisa de repouso.
- Pode me acompanhar à enfermaria, por favor?
- Sim.
- Obrigada. Irá sair outra coisa da minha mão e não quero ficar sozinha quando acontecer. Importar-se-ia em ficar comigo?
- Não.
Ottus entrou com ela no elevador quando percebeu a respiração de Roxane mais forte e um gemido de dor.
- Qual o problema? – Ottus.
- É uma concha, melhor seria que fosse apenas uma pérola. – Roxane.
- Dói muito não é mesmo?
- Como se uma ferida fosse novamente cortada.
- Eu posso usar minha atividade em você, se quiser.
- Pode controlar?
- Meus óculos podem.
- Faça com que eu não sinta a dor.
- Como desejar.
Ottus retirou os óculos permitindo que Roxane se perdesse neles, então segurou sua mão.
- Roxane. – Ottus.
- Sim mestre. – Roxane.
- Você é incapaz de sentir dor enquanto esta concha sai de seu braço.
- Sim mestre.
Roxane deitou-se e logo adormeceu. Ottus a cobriu com um lençol grosso e certificou-se de que ela dormia e retornou ao seu quarto ao amanhecer, encontrando Carlos no corredor, mas não foi notado por ele, que foi para o quarto que dividia com o irmão.
[N.A.13]
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