sexta-feira, 11 de junho de 2010

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11h45min QUARTA 21 de Agosto.

O furgão trouxe novamente os alunos e Bernardo foi o primeiro a entrar correndo como qualquer outro menino ansioso. Encontrou Roxane deitada no sofá com o controle remoto na mão e a televisão ligada.

- Roxane. – Bernardo.

Roxane não respondeu. Tinha os olhos fechados.

- Roxane acorde. Eu voltei da escola. – Bernardo.

Roxane não se moveu. O controle caiu de sua mão ao ser sacudida. Bernardo ficou como um cão e choramingou, lambendo-a. Depois se sentou uivando.

- Tem carrapato mordendo o seu rabo vira-latas. – Aline.

- Roxane não quer acordar. Ajuda ela. – Bernardo.

- É. Eu vou ajudar. Vou telefonar para a funerária.

- Chamar a funerária pra que? – Valério.

- Roxane está morta. – Bernardo.

Valério aproximou-se do sofá depressa e pegou o pulso de Roxane tranqüilizando Bernardo em seguida.

- Ela não está morta Bernardo, apenas inconsciente. Vamos cuidar dela, está bem? – Valério.

- Boa sorte pra vocês. – Aline.

- Peça a Ottus que traga um pouco de álcool.

- Eu posso trazer mais depressa. – Bernardo.

- Álcool não é para crianças Bernardo. Procure-o, por favor.

Bernardo sumiu e Valério deitou Roxane no tapete monitorando sua respiração e batimentos cardíacos.

- Qual o problema com ela? – Ottus.

- Bernardo a encontrou desacordada. – Valério.

Com a garrafa destampada Valério passou há centímetros do nariz de Roxane. A garota tossiu e acordou.

- Você está bem? – Valério.

- O que aconteceu? – Roxane.

- Roxane, você acordou! – Bernardo.

O menino a abraçou com força e Valério a ajudou a ficar de pé.

- O que está sentindo? – Valério.

- Estou bem. – Roxane.

- Vamos levá-la para o seu quarto. – Ottus.

Deixaram Roxane no quarto e saíram para o corredor.

- O que ela tem? – Bernardo.

- Nós vamos descobrir Bernardo. Roxane ficará bem. – Valério.

- O pai dela deve ter tratado ela mal. Ele bateu nela.

- O pai dela?

- Fomos a casa dela ontem à tarde. – Ottus.

- O pai dela a bateu mesmo?

- Não mais por que eu estava com ela. Se Roxane houvesse ido sozinha provavelmente ele a teria espancado.

- Então ela deve estar entrando em depressão. Não deve ter comido nada.

- Tem se alimentado mal sim.

- Falarei com Sandra.

- Roxane não quer mais viver? – Bernardo.

12h00min QUARTA 21 de Agosto.

- Ela ficará bem Bernardo. Eu prometo. – Valério.

Tiago havia acordado e saia de seu quarto e viu Valério que o notou.

- Vão almoçar. Daqui a pouco eu desço. – Valério.

Quando Bernardo e Ottus começavam a descer as escadas Valério se aproximou de Tiago.

- Você está bem? – Valério.

- Por que me sedou? – Tiago.

- Precisava descansar. Fiquei preocupado com o sedativo entrar em colapso com sua insônia, mas parece estar bem.

- Eu precisava fizer ao lado do meu irmão!

- Você estava exausto Tiago. Se não descansasse acabaria adoecendo.

Valério se desviou do soco de Tiago com facilidade.

- O que está fazendo? – Valério.

- Eu decido se quero arriscar adoecer! Você não é o meu irmão, Valério! – Tiago.

- Sou amigo do teu irmão, agora pare com isso antes que alguém se machuque!

Tiago ficou invisível sem se importar com a autoridade de Valério. Valério preparou a condução de energia em seus dedos.

- Pare com isso Tiago. Não vai querer brigar comigo. – Corisco.

- Parar? Seu idiota! Fica me testando com caneta? Canetas não me deixam zangado! – Tiago.

Corisco atirou um raio de advertência em Espírito, mas abaixado não foi atingido. Acertou um soco em Corisco, derrubando-o. Visível novamente Espírito socou-o até que caísse com o canto da boca sangrando.

- Agora Valério, deixe-me em paz! – Tiago.

Tiago subiu as escadas para o terceiro andar deixando que Valério se levantasse sozinho limpando o canto da boca.

- ‘Ele ainda é um garoto. ’ ‘O meu irmão precisa ser protegido. ’ Carlos me paga. – Valério.

Tiago deixou os tênis na escada e seguiu de meias ficando próximo à porta da enfermaria. Aguardava ansioso que alguém a abrisse e pudesse entrar.

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