11h45min QUARTA 21 de Agosto.
O furgão trouxe novamente os alunos e Bernardo foi o primeiro a entrar correndo como qualquer outro menino ansioso. Encontrou Roxane deitada no sofá com o controle remoto na mão e a televisão ligada.
- Roxane. – Bernardo.
Roxane não respondeu. Tinha os olhos fechados.
- Roxane acorde. Eu voltei da escola. – Bernardo.
Roxane não se moveu. O controle caiu de sua mão ao ser sacudida. Bernardo ficou como um cão e choramingou, lambendo-a. Depois se sentou uivando.
- Tem carrapato mordendo o seu rabo vira-latas. – Aline.
- Roxane não quer acordar. Ajuda ela. – Bernardo.
- É. Eu vou ajudar. Vou telefonar para a funerária.
- Chamar a funerária pra que? – Valério.
- Roxane está morta. – Bernardo.
Valério aproximou-se do sofá depressa e pegou o pulso de Roxane tranqüilizando Bernardo em seguida.
- Ela não está morta Bernardo, apenas inconsciente. Vamos cuidar dela, está bem? – Valério.
- Boa sorte pra vocês. – Aline.
- Peça a Ottus que traga um pouco de álcool.
- Eu posso trazer mais depressa. – Bernardo.
- Álcool não é para crianças Bernardo. Procure-o, por favor.
Bernardo sumiu e Valério deitou Roxane no tapete monitorando sua respiração e batimentos cardíacos.
- Qual o problema com ela? – Ottus.
- Bernardo a encontrou desacordada. – Valério.
Com a garrafa destampada Valério passou há centímetros do nariz de Roxane. A garota tossiu e acordou.
- Você está bem? – Valério.
- O que aconteceu? – Roxane.
- Roxane, você acordou! – Bernardo.
O menino a abraçou com força e Valério a ajudou a ficar de pé.
- O que está sentindo? – Valério.
- Estou bem. – Roxane.
- Vamos levá-la para o seu quarto. – Ottus.
Deixaram Roxane no quarto e saíram para o corredor.
- O que ela tem? – Bernardo.
- Nós vamos descobrir Bernardo. Roxane ficará bem. – Valério.
- O pai dela deve ter tratado ela mal. Ele bateu nela.
- O pai dela?
- Fomos a casa dela ontem à tarde. – Ottus.
- O pai dela a bateu mesmo?
- Não mais por que eu estava com ela. Se Roxane houvesse ido sozinha provavelmente ele a teria espancado.
- Então ela deve estar entrando em depressão. Não deve ter comido nada.
- Tem se alimentado mal sim.
- Falarei com Sandra.
- Roxane não quer mais viver? – Bernardo.
12h00min QUARTA 21 de Agosto.
- Ela ficará bem Bernardo. Eu prometo. – Valério.
Tiago havia acordado e saia de seu quarto e viu Valério que o notou.
- Vão almoçar. Daqui a pouco eu desço. – Valério.
Quando Bernardo e Ottus começavam a descer as escadas Valério se aproximou de Tiago.
- Você está bem? – Valério.
- Por que me sedou? – Tiago.
- Precisava descansar. Fiquei preocupado com o sedativo entrar em colapso com sua insônia, mas parece estar bem.
- Eu precisava fizer ao lado do meu irmão!
- Você estava exausto Tiago. Se não descansasse acabaria adoecendo.
Valério se desviou do soco de Tiago com facilidade.
- O que está fazendo? – Valério.
- Eu decido se quero arriscar adoecer! Você não é o meu irmão, Valério! – Tiago.
- Sou amigo do teu irmão, agora pare com isso antes que alguém se machuque!
Tiago ficou invisível sem se importar com a autoridade de Valério. Valério preparou a condução de energia em seus dedos.
- Pare com isso Tiago. Não vai querer brigar comigo. – Corisco.
- Parar? Seu idiota! Fica me testando com caneta? Canetas não me deixam zangado! – Tiago.
Corisco atirou um raio de advertência em Espírito, mas abaixado não foi atingido. Acertou um soco em Corisco, derrubando-o. Visível novamente Espírito socou-o até que caísse com o canto da boca sangrando.
- Agora Valério, deixe-me em paz! – Tiago.
Tiago subiu as escadas para o terceiro andar deixando que Valério se levantasse sozinho limpando o canto da boca.
- ‘Ele ainda é um garoto. ’ ‘O meu irmão precisa ser protegido. ’ Carlos me paga. – Valério.
Tiago deixou os tênis na escada e seguiu de meias ficando próximo à porta da enfermaria. Aguardava ansioso que alguém a abrisse e pudesse entrar.
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