19h32min QUARTA 21 de Agosto.
Roxane não saiu do quarto de Bernardo por toda a noite, observando-o atenciosamente com compressas nos olhos preparadas por Bin-Bin. Valério cuidava dos gêmeos no outro quarto.
Aline subiu pela primeira vez ao telhado quando Angelus surgiu.
- Creio que esta área seja proibida aos estudantes. – Angelus.
- Não vejo nenhuma placa. – Aline.
- É o que se entende por um telhado. Por que você está aqui?
- Por nada e você?
- É onde eu passo a maior parte de meu tempo livre.
- É. Talvez eu também deva ter o meu lugar enquanto estiver aqui. Sete palmos embaixo da terra depois de visitar minhas amigas dos arbustos.
- Retirei aqueles arbustos e as lagartas. Agora há outras plantas.
- Por que fez isso?
- Eram prejudiciais a ti. Não tomou mais que uma manhã.
- Lá se foi a minha oportunidade de suicídio acidental... Pode ficar com o teu telhado e tenha uma noite tão agradável como crianças que têm bichos-papões embaixo das camas.
- Desejo o mesmo a ti, Aline. Eu a esperarei amanhã cedo para ajudar-me.
- Agora sim terei pesadelos.
21h33min QUARTA 21 de Agosto.
Aline desceu encontrando Tiago, sem os seus tênis, no corredor.
- Irá ver novamente o teu irmão? – Aline.
- Está tarde. O que ainda faz acordada? – Tiago.
- É tarde pra você também, mas eu não tenho nada com os teus sonos.
- Que bom que percebe. Agora me deixe em paz.
- Claro, por que não? Não te ajudo a levantar se cair no chão.
Tiago tropeçou no tapete do corredor e se segurou sem acertar o rosto.
- Tenha uma noite ruim. – Aline.
Valério surgiu com as mãos nos bolsos.
- Você está bem? – Valério.
- Deviam procurar um terapeuta para esta garota. – Tiago.
- Teu irmão está melhor. Soube que te deixaram vê-lo mais cedo. Não me deixaram visitá-lo.
- io-lan não permitiria se pudesse ter me visto.
- Parece que você ajudou Carlos a se recuperar.
- Eu não poderia, não sou médico.
- Também não sou, mas dizem que houve uma aceleração na recuperação dele e que estava mais estável quando você estava com Carlos. Os hematomas do rosto dele simplesmente desapareceram pouco depois que você saiu.
- É, somos irmãos.
- Valério, por favor. Bernardo está com febre. – Roxane.
- Vá ver seu irmão de novo. Fará bem a ele. – Valério.
- Eu vou. – Tiago.
- Vamos ver como ele está Roxane.
Valério foi com ela ao quarto do garoto que delirava ainda tendo compressas nos olhos.
- Peça a Bin-Bin um anti-térmico para ele. Bernardo pode ter convulsões se não for medicado agora. – Valério.
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