21h50min QUARTA 21 de Agosto.
Roxane saiu apressada para o terceiro andar. Bernardo gania como um garoto malhado ou um cachorro sem unhas.
- Roxane. – Bernardo.
- Acalme-se garoto. Ela vai voltar aqui agorinha mesmo. – Valério.
- Estou com frio.
- Vai passar. Você ficará bem.
- Roxane...
Bin-Bin entrou no quarto com Roxane e se aproximou da cama.
- Como ele está? – Bin-Bin.
- Péssimo. Catarina estava muito perto dele quando perdeu os óculos. – Valério.
- Preciso que espere no corredor Roxane.
- Fora por quê? Quero ficar ao lado dele. – Roxane.
- Por favor, Roxane. – Valério.
- Está bem.
22h18min QUARTA 21 de Agosto.
Aguardando que Roxane saísse Bin-Bin preparava uma pequena agulha presa a uma fina mangueira com uma seringa presa à outra extremidade. Valério segurou o parelho enquanto ela acariciava atrás da orelha de Bernardo. Eles esperaram o menino se manter como cachorro para perfurar o final do pescoço, mas inesperadamente o menino voltou a sua forma natural.
- Estão me machucando! – Bernardo.
- Vai passar Bernardo, agüente firme. – Bin-Bin.
- Parem. Parem! O meu pescoço.
Valeiro apertou a medicação que passou pela mangueira até a outra pequena agulha. Retirada, a agulha foi feito um curativo. Valério abriu a porta.
- Pode entrar Roxane. – Valério.
Roxane não demorou a sentar-se ao lado de Bernardo.
- Quero Roxane. Roxane! – Bernardo.
- Eu estou aqui querido. – Roxane.
- Eles me machucaram Roxane. Machucaram. Faz parar de doer!
- Vai passar Bernardo. Foi apenas um remédio para que não sentisse frio. Você vai ficar bom.
- Vou ver como estão Joan e Roan. Poderão retirar as ataduras amanhã cedo. – Bin-Bin.
- E Bernardo? – Roxane.
Bin-Bin olhou-a com preocupação.
- Disse a Bernardo que ele ficará bem. – Roxane.
- Bernardo estava a menos de dois metros de Catarina. De olhos abertos ele foi diretamente atingido pela claridade. A luz pode ter queimado as retinas dele e tê-las comprometido. Após o exame que Io-lan realizou não há como saber se Bernardo poderá recuperar a visão. – Bin-Bin.
- Bernardo pode ficar cego.
- Vamos esperar Roxane. Temos que esperar. Não podemos discutir isto aqui. – Valério.
- Está bem.
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